quinta-feira, 22 de julho de 2010

Cego de azul

Molhando seus pés na areia
sonhou por mares antigos
em frios mastros sonhar.
Gritar veleiros à vista
ver sangue e cristal o mar.
Em noite escura saudoso
de um fugitivo luar
inventar bandos de luas
banhando a nudez no mar.
***
Seus olhos límpidas pérolas
de horizontes de além-mar
se abriam como velames
contra o vento azul do mar.
***
Molhando seus pés na areia
pisou na lua encharcada
que havia no espelho baço
da praia branco e luar.
***
Os olhos se dilataram
em ânsia de navegar.
Não viram a lua, o peixe,
veleiros a naufragar,
búzios, sargaços, estrêlas
- cegou-os o azul do mar.
(Poema de Nei Leandro de Castro in "O pastor e a flauta", ilustração de Van Gogh)

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