terça-feira, 22 de maio de 2012

Poema da Longitude


O pássaro
não levanta vôo em vão.
Ele avalia na brisa imprecisa,
o peso exato do seu coração,
e só depois viaja, vai além
das mesmas nuvens de ouro,
de camuflados tesouros,
além dos cúmulos-nimbos,
no meio de todas as texturas do azul
que tingem a vertigem
de um ponto qualquer da longitude sul.
(Poema de Nei Leandro de Castro in Diário Íntimo da Palavra, foto do Googel) 

quinta-feira, 3 de maio de 2012

As lavadeiras do Baldo


Essas moças e mulheres
eram putas ou safadas?
Viam olhos espiando
ou não enxergavam nada?
Quando mostravam as coxas,
gostavam da exibição
aos olhos, à sede, à palma,
à louca masturbação?
Se suas roupas molhadas
deixavam à mostra os seios,
achavam isso normal?
E aquele escuro no meio?
Batendo roupa elas tinham
pensamentos libertinos?
**
O sexo se incendiava
sob a moita dos meninos.

(Poema de Nei Leandro de Castro in Autobiografia, ilustração de Caribé)