5. O brinde
Como o vinho, amadureça sua ternura,
alongue o tempo nos jogos florais
do amor. Acaricie: os pêlos
de seda ou crespos como a cabeleira
de um deus antigo e jovial
que só por tédio esmagou as uvas.
Prove do vinho nos cristais e na boca
que está amealhando todos os beijos.
Beba na taça redonda de um ventre.
Sinta as carícias que conduzem ao céu
da boca. Prove a ternura dos olhos,
o morno alvorecer da pele,
o corpo sazonado para a colheita,
a entrega, a posse mútua.
Depois: mais vinho. Fusão perfeita.
(in "Era uma vez Eros", Nei Leandro de Castro - Foto, Sandra Porteous)
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