3. O envelhecimento
O vinho envelhece por sabedoria.
Vai conquistando ao tempo
corpo e alma, cor de rubi
ou topázio ou cor da pele
que reveste a fruta
de cachos crespos como a cabeleira
de um deus antigo e jovial.
O vinho: é preciso carinho e maturação:
paixão que aos poucos se aproxima
da forma compacta e cinzelada por amor.
O vinho envelhece por ternura
das pipas de madeira que o envolvem
como um abraço, um regaço, um ventre
de onde retornará em nova vida,
corpo, alma e espírito. Santo.
(in "Era uma vez eros", Nei Leandro de Castro - Foto, Sandra Porteous)
Nenhum comentário:
Postar um comentário