sábado, 19 de junho de 2010

Canção de outono para Verlaine

Como folha que morre
e ninguém a socorre,
em passo lento
o bêbado perene
do pobre Verlaine,
ao relento
com frio e sono,
vaga pelas ruas
com as árvores nuas
do outono.
***
À luz de velas
em tasca de Bruxelas,
com absinto e morfina
afoga a solidão.
Ao som da viola louca
e com voz rouca
em surdina,
chora na canção
que fez para Rimbaud,
que o deixou
só, com seu amor
e sua dor.
(poema de Luis Carlos Guimarães in O fruto maduro, foto de Sandra Porteous)

Nenhum comentário: