sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O Bairro das Rocas


O povo das Rocas é visto
pelo galo, ao amanhecer.
A manhã ali se põe
de pé antes de querer.
**
Por outra, ali a manhã
não mais serve ao seu fim:
em vez de acordar, acorda-a
o Mestre Valentim
**
No Cais do Canto do Mangue
é água mansa de rio,
apenas arrepiada
por uma onda de frio:
**
a pele cortada pela
lâmina corrente de ar
que sobre o dorso das águas
desce da noite do mar.
**
Dali os veleiros partem
todos a uma só hora
e transpõem a barra antes
que a transponha a aurora.
**
As mulheres que ficam não
esperam pelo seu homem.
Tudo é tão rotineiro
como sua antiga fome
**
ou como o feto anual
que lhes intumesce o ventre
ou, ainda, como a morte
de um tísico, seu parente.
**
Meninos sujos, sem cor
definida, fazem festa
nas poças frias de lama
da Rua da Floresta.
**
(O galo da torre, olhando,
humanamente tece
um canto rubro de amor
às crianças. Mas permance
**
- porque feito de metáfora -
silente na altaneira
torre cinza de azulejos.
E depois olha a Ribeira.)
(Poema de Nei Leandro de Castro in Romance da Cidade de Natal)

Um comentário:

Vários. disse...

Cara amiga Sandra, amei seu blog, achei linda a sua foto com o Ney, vc é parente dele ?

Hoje veio ate voce,
com intuito de divulgar os grandes escritores
e grandes livros Potiguares , agora existe um espaço para valorizar as nossas obras literárias.

Peço a voce gentilmente , que divulgue esse trabalho sem fim lucrativo, que quer apenas valorizar as obras e os autores da nossa terra. Todos os homenageados vivos, estão sendo comunicados e estão muito felizes .

Muitos dos grandes livros e autores do RN precisam ser reeditados e relançados urgentemente, é preciso chamar atenção dos governos estadual e municipal para essa causa .

Essa luta é de todos os Potiguares

101 livros do RN (que você precisa ler).

http://101livrosdorn.blogspot.com/

Grato