domingo, 1 de agosto de 2010

Una città, una donna

Vejo-te desbravando o inédito, o jamais dito,
a aventura feita de águas e sombra, labirinto e canais.
Estás nua e estás de joelho, como quem pede, como quem peca
por antecipação. O cheiro que vem das águas sobe
pelas tuas narinas acesas, faz arfar os teus seios,
mas agora queres tão-somente a paz da città, o milagre da città,
embora tenhas um desejo mais intenso do que as marolas
de 1.500 anos inauguradas e acumuladas na tua pele.
Quem é mais bela e sensual? Quem mais misteriosa?
A città que seduz e enlouquece os homens e a história
ou a mulher nua, sensível, de joelhos, com uma provável
rosa entre os seios?
De longe e de perto, Casanova te devora com os olhos.
Carpaccio encharca com seus vermelhos profundos
as auréolas do teu corpo. Feminina, segue pelos labirintos
do espanto e do prazer. És quase sereníssima,
apesar do ardor em teus sentidos, da nostalgia
de uma noite de êxtase, de beleza, quando o teu corpo
de repente inundou todas as margens. E jamais
conseguiste outro êxtase tão intenso. Ondas, remanso e paz.
(Poema de Nei Leandro de Castro, foto do imagens do google)

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