segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Dever de casa

A casa visitada pelas brisas.
Aconchego de varanda.
O quarto. A planície da cama.
Lençóis com perfume de lavanda.
***
No verde da grama,
os pés quase alados
de uma mulher que ama.
***
Sala-de-estar
velhos amigos frente a frente.
Sala de estar contente.
***
Como requer água
o corpo que tem sede,
as paredes do alpendre
pedem rede.
***
Mesa farta, generosa mesa.
Doce campo de batalha,
lutas de gulas, gentileza.
***
Uma casa fria é abandono.
A casa tem o calor e o tamanho exatos
do coração do seu dono.
***
Na biblioteca, pise com cuidado.
Os livros são almas sensíveis
e têm um sono delicado.
(Poema de Nei Leandro de Castro, foto de Mário Meir)

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