sábado, 25 de outubro de 2008

Rio: o amanhecer (Nei Leandro de Castro)

Amanheces/como quem atravessou uma planície enluarada/nas artes de amar./Dispersas os farrapos de nuvens dos teus morros/e começas a reinar na manhã das encostas,/nas enseadas, nos espelhos de prata das lagoas,/nos arcos das praias apontados contra o infinito./Sob a luz meridiana do verão/tua beleza zomba do poema,/blasfema contra os hinos em teu louvor,/wonderful city, nido de ensueño y de luces./Exibes uma sedução quase cruel em tuas formas,/ em teus seios de açúcar e granito,/nas úmidas intimidades de tua baía,/nos teus lençóis manchados de amor à beira-mar./Nada detém tua beleza e avanças sob o sol,/bela e sem pudor, em verdes, azuis/e formas infinitamente nuas. (Diário íntimo da palavra", editado em 2000 pela 7Letras)

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