segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Soneto

Quando chegar setembro, tu serás
rainha de palácios desfolhados;
te vestirás de flores e de espelhos
e eu serei teu amante, primavera
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que nunca vi, mas que percebo nas
tristezas dos invernos desolados:
que os invernos só têm razão de sê-los
para que exista o poeta à tua espera.
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Te buscarei na floração do amor
(que repousa na seiva e nas sementes).
Então me sentarás, rei, sobre o trono
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de rosas de verão. Morrerás entre
os meus braços, de súbito, sem cor.
 - Morrendo eu te direi versos de outono.
(Poema de Nei Leandro de Castro in O Pastor e a Flauta, foto de Sandra Porteous)

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