sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Autobiografia

Comentário de Joaquim Francisco Coelho, professor de Língua e Literatura da Universidade de Harvard, sobre o livro "Autobiografia", de Nei Leandro de Castro. (...) "Você conseguiu o tom perfeito para a poesia memorial, esse gênero que não raro pode ser traiçoeiro, fazendo-nos inconscientemente derrapar no sentimental suspiro pelo que perdemos (ou se perdeu) na curva do tempo. Você suspira, certo, mas com o contrôle dos poetas que não confudem o lirismo piegas com aquilo que constitui o afeto profundo, digamos, a parte mais íntima da alma. Essa policiada dignidade perante as coisas do coração se afirma logo no poema proemial, com a solidão escrita a canivete na lousa de asfalto. Acho que é a primeira vez que vejo canivete e asfalto coroados de tocante poesia. E a cidade que você canta (rio, ruas, bairros, tipos populares, de mistura a recordações amorosas e escolares) cantará em nós, doravante. Cantará em mim, de certeza."

Um comentário:

Moacy Cirne disse...

Joaquim Francisco Coelho sabe das coisas, cara Sandra. O Nei, como sempre, acertou em cheio. Um abraço.