segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Amor a Roma

Mais duradouros que as pedras dos monumentos, na quase totalidade destruídos, durante séculos, são os versos, os discursos, os pensamentos, as leis, as narrativas históricas dos romanos. Os monumentos intelectuais, expressos em palavras, resistiram a todas as destruições e mudanças. Tudo consome a poeira do tempo, exceto as idéias que germinam nas sementes das palavras, reunidas nas espigas das frases, multiplicadas nas searas das obras fecundas. No barro, na pedra, no papiro, no bronze, no pergaminho, no papel, as palavras-sementes fazem germinar as idéias, que vão e voltam, mas não morrem, que aplacam sofrimentos, enlevam espíritos, arrebatam consciências, conformam a conduta, incendeiam multidões.
(Texto de Afonso Arinos de Melo Franco em Amor a Roma, foto de Sandra Porteous)

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